Caminhada: 1ª Volta à Ilha de Santa Catarina [Amigos do Caminho]


2006 - Novembro, 11 a 18

Por: Clarice Berka

Eu já havia feito algumas trilhas na ilha, com o Maurício, com alguns sobrinhos e também com o pessoal do Laboratório Santa Luzia. Mas acalentava um sonho de um dia fazer uma volta contornando toda a ilha. E esta oportunidade apareceu através da ACACSC (Associação Catarinense dos Amigos do Caminho de Santiago de Compostela), que trazia de longa data o sonho de implementar um caminho na Ilha de Santa Catarina.

Depois de vários estudos, muita caminhada em trilhas e reuniões dos membros da Diretoria, foi estabelecido um percurso que circundaria a Ilha, batizado de "Volta à Ilha de Santa Catarina" e no segundo semestre de 2006, realizou-se a 1ª edição. O nome do percurso foi alterado posteriormente para “Caminho da Ilha”.


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A caminhada seria feita durante uma semana e dividida em 8 etapas.

Comecei então a preparação para mais esta aventura, que iria também servir de preparação para a realização de outro sonho: O Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha.

Comprei uma mochila (que seria a que eu levaria para a Espanha), e coloquei nela o estritamente necessário, seguindo todas as recomendações de peso, de acordo com meu peso corporal para uma caminhada que duraria uma semana. Mas ao testar a mochila, sentia que alguma coisa havia de errado, pois ela não estava se encaixando conforme as instruções do que se deve fazer para um ajuste perfeito para que não se tenha dores lombares e desequilíbrio em subida de costões.

Itinerário: Praça XV, Beiramar Norte, João Paulo, SC-401, Cacupé, Santo Antônio de Lisboa, Sambaqui, Ponta do Luz (Rio Ratones, onde se faz a travessia de barco para o Balneário Daniela) e Balneário Daniela.
Pernoite: Pousada Recanto da Lua

Conforme estabelecido pela Associação, a caminhada iniciaria na Praça XV de Novembro e, sob a Figueira, os participantes se encontraram com aquela ansiedade para viver mais uma aventura.

Aproveitando a presença do Claudio (Capitão Malagueta), fui tirar com ele as dúvidas sobre a minha mochila que ainda me causava desconforto e que estava me preocupando, pois poderia me tirar do circuito.
O Claudio tentou fazer os ajustes e constatou que aquele modelo da Deuter, infelizmente não seria ideal, pois como tenho hiper lordose não haveria como fazer o ajuste perfeito. Fiquei desesperada como resolver este problema neste momento onde todos se preparavam para sair. Então, o Claudio, ofereceu emprestada uma mochila e sugeriu que o Maurício fosse até a sua casa para buscá-la e efetuar a troca.

Como todos os participantes já haviam chegado, nos reunimos fizemos uma oração e partimos.

Antes do início da caminhada registramos este momento e em grupo num grande círculo e efetuamos uma oração.



Eu, ainda tensa e desconfortável com a mochila, saí com o grupo. Descemos a Praça em direção ao Mercado Público, pegamos a Av. Beira Mar e quando estávamos sob a Ponte Hercílio Luz, o Maurício chegou trazendo a mochila que o Claudio emprestou e ali mesmo fizemos a troca. Mais aliviada, segui com o grupo.

Neste primeiro dia, para minha surpresa, encontrei uma estátua de São Tiago, no quintal de uma casa em Cacupé.


Cacupé

Esta primeira etapa transcorreu com muita tranqüilidade para todos sob um dia de sol intenso.

Quando no final da tarde, ao chegarmos à Ponta do Luz em Sambaqui, onde iríamos fazer a travessia de barco para o Balneário Daniela, o tempo já havia mudado, deixando o mar bastante agitado e preocupando-nos bastante já que a travessia seria feita em pequenos grupos. Eu estava no último grupo que iria fazer a travessia e tivemos que esperar um pouco que o vento acalmasse para que pudéssemos atravessar em segurança.




Itinerário: Praia Daniela, Praia do Forte, Jurerê, Canasvieiras, Cachoeira do Bom Jesus, Ponta das Canas, Lagoinha, Praia Brava e Ingleses.
Pernoite: Hotel Ilha dos Patos

No segundo dia de caminhada era o meu aniversário.

Estava me preparando para tomar o café da manhã, quando fui surpreendida pela chegada do Maurício na pousada que foi me dar um abraço pelo aniversário. (Ele não estava participando da caminhada, pois tinha compromissos profissionais não permitindo que ele se ausentasse do trabalho por uma semana).



Foi um dia de muita caminhada em praias e costões. Passamos pelos costões da Praia do Forte, e devido a maré cheia, deixava o percurso bastante perigoso. Este trecho Daniela - Praia do Forte, através dos costões, eu ainda não havia trilhado.

O dia estava novamente ensolarado, e eu agora tentava me acertar com a mochila do Claudio.

Praia da Daniela


Costões da Praia do Forte

Chegando a Praia de Cachoeira do Bom Jesus, uma das filhas do Valmor e Aldanei, nos esperava sob a sombra de uma árvore e nos surpreendeu oferecendo sucos e um pequeno lanche. Após este breve refresco, seguimos a nossa jornada até Ponta das Canas.

Chegando a Ponta das Canas, paramos em um restaurante para almoçarmos, abastecer de água para a continuidade da caminhada.
Ao sair do restaurante para reiniciarmos nossa caminhada, uma cachorra cinza, aparentando ser da raça pastor alemão, começou a nos acompanhar.
Embora tentássemos em vão mandá-la de volta, ela não desistia. Continuava nos seguindo.
Por ter ficado um grupo ainda no restaurante, como de costume, fazemos no chão uma seta (com riscos, pedaços de pedra ou pau), para sinalizar ao grupo retardatário o caminho que deveriam seguir. Então, juntei uns pedaços de paus e fiz uma seta no chão. Segui o caminho e, para minha surpresa, a cachorra pegou o pau da seta que eu havia feito e veio correndo me trazer.

Praia Brava

No final da tarde, chegamos à pousada nos Ingleses, e a cachorra continuava conosco. O dono da pousada, disse-nos que não era permitida a entrada de cachorros. Informamos a ele que a cachorra não nos pertencia, que ela tinha nos seguido desde Ponta das Canas, embora em vão tivéssemos tentado fazê-la voltar.

À noite nos reunimos e a Rosangela comandou a cozinha para fazer uma galinhada, onde todos colaboraram na preparação do jantar.


Itinerário: Ingleses, Santinho, Morro das Aranhas, Moçambique, Parque Ecológico do Rio Vermelho e Barra da Lagoa.
Pernoite: Pousada Caiçara

Embora durante a noite anterior, houvesse chovido muito, neste terceiro dia todos fomos surpreendidos com o fato de que a cachorra que viera no dia anterior, junto ao grupo desde a praia de Ponta das Canas, havia permanecido ali, tinha dormido (sem autorização do dono da pousada), na área da piscina e voltou a acompanhar o grupo.

Alguém batizou a cachorra de Perê, numa referência a sua veia peregrina. Saímos com o dia meio nublado e Perê, continuou a jornada conosco.

Passamos pelo Costão da Praia do Santinho, e visitamos as inscrições rupestres. Paramos para apreciar do alto do Morro das Aranhas, a linda paisagem da Praia do Moçambique, uma das pouquíssimas praias intocadas da nossa bela ilha. Seguimos pela praia, até entramos no Parque Ecológico do Rio Vermelho. Aproveitando a beleza do parque e as boas sombras que ele nos oferecia, paramos para fazer um lanche e um bom descanso.


Praia do Santinho


Um registro da nossa passagem pelas inscrições rupestres na Praia do Santinho.


Parque Ecológico do Rio Vermelho



Descansando no Parque Ecológico do Rio Vermelho.

Barra da Lagoa

Esta etapa, em minha opinião foi a mais difícil. Foi o percurso mais longo e sob o sol intenso, o dia foi muito quente e exaustivo.

O percurso era muito arenoso (praias e dunas), e as minhas botas ficaram cheias de areia. Como esse era um trecho novo, sem marcação de trilhas, fácil de se perder dentro do parque, não parei para tirar a areia de dentro das botas com receio de ficar para trás e me perder do grupo, e isto foi o suficiente para encher os meus pés de bolhas.

À noite o grupo se reuniu num restaurante na Barra da Lagoa para comer uma boa peixada.
De volta a pousada, antes de dormirmos, a Rosângela, tratou as minhas bolhas e ensinou-me como tratar e fazer a drenagem delas, haja vista que eu pretendia fazer o Caminho de Santiago.


Itinerário: Barra da Lagoa, Galheta, Praia Mole, Ponta do Gravatá, Beco dos Surfistas, Joaquina e Rio Tavares.
Pernoite: Pousada Porto da Lagoa

Pela manhã, saímos em direção à Ponte Pênsil da Barra da Lagoa, que iria nos levar a próxima etapa.

Como choveu a noite toda, aconselhados pelos sábios pescadores da Barra da Lagoa, que não deveríamos entrar na trilha que segue pela ponte pênsil sobre o Canal da Barra, pois esta estaria muito escorregadia e seria perigoso. Assim, o grupo seguiu pela estrada até a Praia Mole. Entramos na Praia Mole e subimos o morro da Mole, passando pela Praia do Gravatá (outra trilha nova para mim), uma trilha muito bonita com fortes elevações e saímos na Praia da Joaquina.

Seguimos pela Praia da Joaquina, e entramos na Trilha da Coruja Buraqueira (mais uma trilha que eu não conhecia), e fomos em direção ao Rio Tavares, onde iríamos pernoitar.

Perê, a cachorra, continuava nos seguindo e chegou à pousada junto conosco atraindo atrás de si, outros cachorros que fomos encontrando na região. Mais uma vez, Perê foi barrada na porta da pousada.

Nesta noite, Inácio preparou uma macarronada para o grupo. Eu estava com os meus pés cheios de novas bolhas, pois devido às bolhas feitas no dia anterior e mais a areia que adentrou naquele dia nas minhas botas na passagem pelas dunas da Praia da Joaquina, eu não estava mais conseguindo caminhar direito.

Meio desolada, liguei para o Maurício e alertei-o para a possibilidade de ele ter de vir para me resgatar. Eu ia esperar a manhã seguinte, para ver como estariam os meus pés.


Praia da Galheta e Praia Mole



O grupo de peregrinos e a Perê chegando à pousada no Rio Tavares.


Itinerário: Rio Tavares, Morro das Pedras, Lagoa do Peri e Praia da Armação.

Pernoite: Albergue do Omar


Saímos da pousada, e do lado de fora do portão, a nossa amiguinha Perê já nos esperava. Vale salientar aqui, que como ela insistia em continuar conosco, passamos a dar água e alimentá-la.

Entramos novamente na trilha da Coruja Buraqueira e seguimos até a Praia do Campeche.


Trilha da Coruja Buraqueira



Morro das Pedras


Praia do Campeche

Saímos da Praia do Campeche e entramos na Lagoa do Peri. Na Lagoa do Peri, aproveitamos para descansar e almoçar.

Após, saindo por uma trilha dentro do Parque da Lagoa do Peri (também não havia ainda trilhado este trecho), chegamos até a Praia da Armação. Percorremos a Praia da Armação e pernoitamos na Pousada do Omar. Esta pousada, na verdade era um albergue, pois era um grande salão com muitas camas beliches, (uma experiência nova dormir com tanta gente num mesmo lugar). Ecilda me alertou que assim são os albergues do Caminho.

Jantamos e, antes de dormir, tratei das bolhas e fiquei pensando no dia difícil que iríamos ter. Talvez fosse a hora de desistir, pois eu estava cada vez mais com dificuldades em caminhar e a próxima etapa tinha um trajeto inicial muito difícil , pois não há nenhum acesso de carro na Trilha da Praia do Matadeiro/Lagoinha do Leste até o Pântano do Sul. Portanto depois que entrasse nesta trilha, só tinha que continuar.

Enquanto eu sofria com os meus pés, o Nicolau falou-me que no segundo dia do circuito, ele começou a sofrer com uma dor de dente, e que como esta estava também evoluindo, ele achava que talvez tivesse que desistir da caminhada também. Ofereci a ele um analgésico. Ele tomou e disse que também ia ver até onde ele iria suportar, pois também não queria desistir.

Lagoa do Peri


Itinerário: Praia da Armação, Matadeiro, Lagoinha do Leste, Pântano do Sul, Açores e Solidão.
Pernoite: Pousada Moleques do Sul

Novamente o dia amanheceu ensolarado, antes da partida posamos para a foto em frente à pousada.


Vendo a excitação de todos para a nova etapa, pois muitos ainda não conheciam esta parte da ilha que é a mais preservada, novamente me juntei ao grupo para continuar a caminhada.

O Nicolau amanheceu com do rosto totalmente deformado pelo problema dental. Como também não queria desistir, continuamos a caminhada. Eu com as minhas bolhas e o Nicolau com um dente doendo.

Uma coisa me chamou a atenção. Estava participando também da trilha conosco o Michel (não sei se é assim que se escreve o nome dele), um francês amigo da Ellen. Por todas as praias por onde passamos ele tomou banho de mar. Deixando-nos um pouco apreensivos, pois ele não conhecia as nossas praias e algumas, como a Mole, Moçambique e outras tem bastante repuxo.


Praia do Matadeiro

Pântano do Sul

No final do dia, chegando à Praia da Solidão, parei junto com a Tânia para registrar os morros que subimos deixando atrás deles, a Praia do Matadeiro e Lagoinha do Leste. E atrás de nós a Praia do Pântano do Sul e que, apesar das dores, claudicando bastante, tinha vencido mais esta etapa.

A beleza das paisagens durante todos estes dias, que se descortinavam à minha frente, e alguns cantos desta linda ilha que até então me eram desconhecidos, faziam-me esquecer as dores nos pés e me davam cada vez mais a certeza que eu não deveria desistir.

À noite, foi servida uma deliciosa moqueca.


Itinerário: Solidão, Saquinho, Pastinho, Naufragados, Caieira da Barra do Sul e Ribeirão da Ilha.
Pernoite: Pousada do Museu

Pela manhã, quando acordei, ainda na cama, da janela do meu quarto, pude contemplar e fotografar esse belíssimo dia que nascia.

Após o café da manhã, como de costume, em circulo de mãos dadas, ouvíamos alguns avisos e informações sobre o roteiro e por último fazíamos uma oração.

Fica aqui mais um registro que Perê (a cachorra), se colocava dentro deste círculo deitada. Quando terminávamos as orações, silenciosamente íamos saindo para mais uma etapa, a cachorra levantava e ficava como sempre por último, e seguia junto novamente. A sensação que tínhamos é que ela não queria perder ou deixar ninguém para trás. Este era o penúltimo dia da nossa caminhada. E aquele sentimento de final, a saudade daquela convivência, já vai tomando conta de todos.



Praia do Saquinho

Pastinho



Naufragados


Durante todos estes dias, o sol brilhou intensamente, mas neste penúltimo dia, no final da tarde, já na Caieira da Barra do Sul, a chuva veio nos refrescar.

Durante a caminhada, Tânia, Aldanei e eu, começamos a planejar o que fazer com a cachorra, já que estávamos chegando ao final da caminhada. Como a Aldanei morava em Cachoeira do Bom Jesus, e a filha dela, vinha buscá-la de carro na Praça XV, eu sugeri que ela levasse a cachorra junto com ela e a deixasse em Ponta das Canas. Ao que a Aldanei me disse que a filha havia comprado um carro novo e não ia permitir a cachorra suja dentro do carro dela.

Combinamos então, que tão logo chegássemos ao centro da cidade, levaríamos a cachorra num pet shop e daríamos um banho nela, para que ela pudesse levá-la.

Tínhamos ficado para trás, pois paramos para tomar sorvete numa padaria e o restante do grupo já havia chegado à pousada. Faltando uns 800 metros para chegarmos à pousada, a cachorra, que já tinha ido com outro grupo que estava mais à frente até à pousada, retornou correndo ao nosso encontro e nos acompanhou até a pousada.

O Sr. Nereu do Valle Pereira, historiador, proprietário da pousada fez uma apaixonante palestra sobre a origem e a chegada dos açorianos à nossa ilha, e como transcorreu a colonização de nossa encantadora ilha. Depois nos guiou pelo Museu, mostrando-nos os usos e costumes daquela época.

Após o jantar, houve discursos, sorteios de brindes, depoimentos e agradecimentos pela diretoria da Associação, pela colaboração de todos para o sucesso do projeto.

Fomos todos dormir, contentes com a certeza da missão cumprida e com a ansiedade de encontrar os maridos, esposas e filhos no último dia .



Itinerário: Ribeirão da Ilha, Tapera, Base Aérea, Aeroporto, Costeira, Saco dos Limões (Beiramar Sul), Túnel e Centro (passando pela Praça XV para fechar o circuito e encerrando no Mercado Público).

O dia amanheceu e todos estavam ansiosos com a chegada.

Esta seria a última vez que iríamos no reunir pela manhã para a nossa oração antes de partirmos.

Estranhamos o fato da cachorra não aparecer. O Inácio falou que durante a noite levantou-se para tomar água e que a cachorra estava no lado de fora, e que ele tinha feito uns carinhos nela, falou com ela agradecendo o companheirismo de todos aqueles dias e que depois ele teria voltado para o quarto e que a cachorra tinha ficado lá do lado de fora.

Ficamos sem saber o que teria acontecido. Será que ela tinha ido embora? Será que ela teria voltado para a trilha?

Contentes, iniciamos o nosso retorno para fecharmos a Volta à Ilha.


Ribeirão da Ilha


Mochilas e cajados em repouso

Esse percurso do Ribeirão até o centro da cidade é um percurso conhecido de todos, pois não há trilha e tem que ser feito através da estrada. Nesta etapa, a novidade para mim foi o trajeto dentro das terras da Base Aérea, onde somente com autorização é permitida a passagem por lá, e outra, a passagem pelo túnel.

Antes da entrada pelo túnel, o grupo fez uma última parada para um descanso.


Última paradinha para um descanso antes de entrar no Túnel .


Depois, chegamos até a Praça XV de Novembro, onde os familiares nos aguardavam e fomos para o Mercado Público, tomar uma cerveja para comemorar o sucesso desta aventura.

Uma cervejinha no Mercado Público para comemorar o sucesso.

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A Ilha.

Durante este circuito, observei que fomos abençoados com uma natureza exuberante e privilegiada por todos os cantos. Percorremos aproximadamente 190 kms, passando por encostas verdes, belas lagoas, lindos costões, dunas, restingas, montanhas, cachoeiras, manguesais, muitas praias belíssimas de águas calmas e outras agitadas, algumas isoladas e emolduradas pela mata atlantica, outras habitadas. Pequenos povoados, onde ainda conservam traços portugueses, nos costumes e na arquitetura. E além da belíssima paisagem desta ilha, pude observar algumas ilhas que fazem parte deste arquipélago: A Ilha dos Ratones, Frances, das Aranhas, Mata Fome, Campeche, Três Irmãs, Moleques do Sul, Guarás e outras.

A Fortaleza de São José da Ponta Grossa na Praia do Forte, a Fortaleza de Santo Antônio, na ilha de Ratones Grande, a Fortaleza de Sant’Ana sob a Ponte Hercílio Luz, o Farol da Praia dos Naufragados, com os seus canhões, as ruínas do Forte de Nossa Senhora da Conceição na Ilha de Araçatuba, não deixam esquecer a batalha travada entre espanhóis e portugueses pelo domínio dessas belíssimas terras.

Vencemos trechos com diversos graus de dificuldades, desde o mais fácil até o mais difíceis, onde o cansaço e o sol, contribuíam para que se tornassem muito difíceis. Mas a cada etapa, a cada costão atravessado, descortinava uma belíssima paisagem , fazendo valer todo o esforço realizado. E foi com esta certeza, que valeram todas as bolhas nos meus pés.

E é nessa mistura de fantásticas paisagens, tradições, crendices e muita simplicidade, que torna essa ilha um lugar tão especial.

Quanto a Perê, soubemos por intermédio do Valmor e da Aldanei que ela havia retornado para a praia de Ponta das Canas, onde foi vista por eles durante as caminhadas que eles costumam fazer na praia de Cachoeira do Bom Jesus.



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